segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Paráfrase em prosa de um soneto qualquer

O poeta anuncia o inevitável; seu próprio fim. Em tom profético, ele suplica à amada que avise ao resto do mundo de sua ausência; sem desespero, nem dor. Pois que, ao menos, estará a salvo da crueldade dos homens na morada dos vermes.
Roga encarecidamente à amada que o esqueça, assim como de seus versos, que com a fatalidade de seu futuro cadáver sepulte também seu nome e qualquer lembrança que possa inspirar-lhe dor e saudade.
Por fim, o poeta sacrifica o próprio amor, num gesto nobre, assassina-o num só golpe, para salvá-lo da língua afiada dos sábios que zombam da desgraça alheia.
c.

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