quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Enterro

aquele idiota sentado a mesa comendo pizza era eu. havia recem chegado na propriedade. um estranho de longe. quem será o forasteiro? quantos anos ele tem? o que ele faz?

dói um pouco falar disso agora. ainda estou envolvido demais, mas foda-se. tenho que fazer. o que tem de ser feito tem de ser feito.

- ele é o Edson vovó! ele tem 37 anos. ele pinta. escreve. estuda filosofia. ele não é uma graça?
a velha olha com uma cara de desconfiada.
- bem, voce é quem deve saber, oferece pizza pra ele.

faziam piadas entre eles. e com ar de que levavam aquilo a sério demais. então , depois de comer alguns pedaços de pizza. e beber refrigerante! - hoje me arrependo de não ter entornado o estoque de wiski da velha- sou constrangido a participar:

hoje de manhã houve um assalto no centro de São Paulo! dez assaltantes fugiram em dois carros e a policía os perseguindo pelas ruas do centro, bateu e matou uma porrada de gente no ponto de onibus em frente a uma lanchonete na sé.

sei lá por que diabos eu disso aquilo. eu simplesmente disparei feito uma rajada de metralhadora. eu parecia o Salvador Dali com meu bigodinho.

meu amor me deu um chutinho na canela e apertou minha mão. fez uma carinha linda de reprovação. eu calei a boca na hora. estava terrivelmente apaixonado por aquela magnifica ninfeta. que parecia ter quinze anos mas tinha 25. tinha vida dupla. tripla, às vezes quadrupla. era mesmo apaixonante. eu estava besta. comendo um caminhão de bosta pela danada. mas não gosto nem de lembrar, pois ainda ...

são melancólicos demais os dias de chuva

ok. naquele sofá da sala da casa de sua avó tive o meu momento. o paraíso em mim. cinco minutos de puro extase e iluminação súbita. não serei capaz de escrever sobre isso agora. como as gotas de chuva lá fora molham a calçada. lágrimas aqui dentro borram o papel...