sexta-feira, 11 de setembro de 2009

quinze p’rás três 02:45

Enquanto a lâmina afiada do tempo mutilava aos poucos a carne rústica daquele pobre diabo, inútil era agarrar-se à margem daquilo que parecia infinito. E escorria-lhe por entre os dedos manchados de nicotina. Olhos refletidos no fundo do copo vazio vasculhavam os últimos vestígios. As mãos trêmulas por todos os bolsos da alma, revirando tudo do avesso, e, nada. Apenas o corpo saiu se espraiando cambaleante seduzido pela sarjeta. O maldito sino da igreja repicou três vezes de novo seu badalo fúnebre, martelando-lhe com toda força os parafusos soltos da cachola.
Era hora de fechar. Naquele instante o universo deu um salto sobre si mesmo e passou a mão na bunda do tempo.
E nosso ilustre herói sem história mais uma vez morreu afogado no próprio vômito.
c.

2 comentários:

  1. 13h13min; dia13

    lunático
    escatológico
    sinestésico
    bacarai
    telepático
    sintonia
    maça
    jupiter
    marte

    roma!

    Ana B.

    ResponderExcluir