quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

re-impressões

transcorre desta viagem sem volta a palavra verde esmeralda derrubando a solidão fantoche escolhida que não avalia a hora de explodir. não faz censuras ao pensamento. calada urinava sem empenho nas escadas, sobre fábricas de ilusões miúdas, cravada em armaduras de gigantescas pedras orgulhosas. mil vezes papéis rasgados. meu endereço marcado na sombra. tudo se acabando. indifenças desabafos e permaneço a invadir, descobrir e comer. não sabemos dividir. acumulamos dívidas. paraísos enroscam-me narizes nuvens névoas infernos. o que me espera? fosforescente e secreto. incoerência mágica e trágica. terrivelmente penso em títulos, ações, escravos e senhores. desejos escuros deixam minha tristeza sem história. toda noite não escrevo livros para as prateleiras. nem com lágrimas e moléstias despertamos o que escorre dentro da gente. monumentos de perversos caminhos. vivemos tão bobos e estupefatos. a pureza. conseguiremos resgatar com tanta maldade? chegaremos tantas vezes como nada. terá esse nome desacreditado a idade do mundo. nenhuma insurreição desnecessária. o silêncio apenas tem direito sobre o esquecimento. o mecanismo da alegria. piedade e destruição. quando tremeu vitoriosa e apodreceu maltratada a felicidade. falaremos disso algum dia. garrafas, sonhos e nada disto. muito bem, temos pudores para que ninguém nos ouça, mas vai acontecer. não haveria núpcias. inútil esperança. o que não fizemos cada um de nossas próprias vidas. tempestades de nossa juventude. o entardecer. tarde demais. com melancólicos chutes nas estrelas. com desdém. tão generoso e correto como a morte agonizante consola o menosprezo e a fúria. divertindo-se. as ruas. o amor. as eras. dirgerindo cabeças profundas e mal vestidas. ásperas. sórdidas nutridas de seu tempo. passáros embalsamados a sua maneira. serventes para moedas. não há memória e ternura. continuo a anotar caminhando na esteira da morte. respondo à escuridão. claro. continua a terra. austera. cárcere elegante crepúsculo ou cama. para repousar e ouvir dentro dos olhos o canto selvagem e seguem súbitos amanheceres amarelos. dormindo renegado em travesseiro de espinhos. trazia dentro o vazio e os traidores odiaram esse charme. porque fomos enfeitados de convencidos colaboradores de inimigos. despeito sem escapatória. esqueçamos o desprezo. quando escapo morrendo de medo de mim mesmo. não respeito mais ninguém. como se enganam delicadamente. interrompem a natureza e alimentam o ódio latente nas folhas de metal que encapam a alma. o pior de mim à mostra. sem espelho. mudo de trajes. continuo habitando minha miséria. a substância do mundo. o país cheio de cicatrizes das velhas mãos enrrugadas. o peso da inveja e do desejo. sempre o desejo. o mundo nas costas. deixo tudo isso pra trás.

num piscar de olhos. o estilhaçar. o espanto. o arroubo. tinhamos sido meros ensaios. comoções. cabeças decepadas. aquelas pessoas talhadas no tempo. pré biblicas. guerras. funerais. da poltrona assistindo filmes. apaga o cigarro. com tantas viagens macabras olhando para as luzes. naquele instante uma pedra esmagava a cabeça de uma criança. a estrutura econômica. o apocalipse. conspiração. a criança poderia ser seu filho. era sem saber. céus conturbados. engrenagens gemeram nos muitos deveres. as mãos tateando o progresso lento. o fósforo apagou. esperem por mim. não consigo ver nada. porque diabos é assim? será que estamos num esgoto descomunal? todas as fotografias apresentam defeitos. tudo é um risco que se corre. o que há de esquisito nessas lembranças? o futuro dorme. o silêncio a procura da origem da prece estranha. virando-se para contemplar as próprias origens. sem ver ninguém. ela riu de si mesma.você mesmo deve estar pensando tais coisas. tem toda razão para enlouquecer. espero que sim, mas que diabo deu em você?

depois de um longo silêncio ela tornou a abrir os olhos repulsivos. eu poderia me recordar de ouvir sempre dizerem essas palavras milhões de vezes para enterrar seus corpos. montanhas completamente sepultadas sucessivamente. algo estranho é um pardal morto cantar tão lindamente. chuva de ossos. testemunhas. palavras ocas. esqueleto sorridente. exploradores. recém nascidos. chegou esta manhã sobretudo um porém. se prepara a árvore para mudar. a fruta futura apodrecendo antes de estar madura. os grãos duros dos povos queimados. cegos. mancos. paralíticos. ninguém advinha a vida. antes de se arrependerem desfalecem as faces. cansadas. passageiros industriosos de antigas naves dos tempos de fogo. suavizando sua poesia repousa a vida inquieta no ventre do abismo. na casa do transitório. estende-se o passo. chegará a mortificar a paz nos calabouços sagrados. de sapatos celebrar os tapetes definitivos da verdade que soluça o último vestígio de encanto e outras coisas de tantas bobagens.

seguindo por outro caminho ele olhou para a mãe. os macacos estavam obviamente indiferentes a tais laços. procurando escapar estavam exibindo-se dentro de uma jaula. olhos amarelos. caminha mecanicamente para frente. não gosto nada do que está acontecendo. melhor seria calar tudo isso. você e suas crendices. uma importância terrível. nervosamente a porta se abre. esperar até quando? pegou a máquina quebrada e levantou-se. dizem que foi uma dose excessiva até mesmo para ele. a mãe substituta começou a uivar como se fosse a própria mãe. sentindo calafrios na espinha. talvez você mesma possa me ajudar. não tenho certeza. há algo de errado? a súbita explosão dentro dele provocou um angustiante silêncio. não me sinto disposto para viajar hoje. mas a viagem não está cancelada, apenas adiada. desespero ao invés de desejo. calma, tolerância. a promessa de perfeição para cuidar da realidade está sendo quebrada. afinal de contas tome cuidado com o que diz.

é um sistema. você engoliu. sem divisões rígidas entre as frases. manteve sagrado o dia e a pureza. não adorou ídolos. noites de ideias em linhas tortas. apagar o doce das pessoas, sua tarefa será recompensada. atordoa os receptores. além disso o que for amargo será eterno. a palavra apareceu através de impulsos nervosos. e agora não tem mais volta. foram escritas com sangue e fezes. suas manchas permanecerão em nosso dna. perdem segundos preciosos nestas páginas. insurgentes ligações fatais. quanto voce pagaria por isso? corações e mentes dilacerados. estamos para lá do meio. a desconfiança reinou. aguardem a primavera. vamos voltar a falar de flores. sendo que cada meio quilo de tulipa amarela custa caro. as variedades mais raras das ações que deram mais retorno. aconteceu na história da jardinagem e da literatura. quem tinha vendido esses papéis? essas flores caíram e a coisa começou a ficar fictícia. funcionou? era novidade ali? então eles ficam excitados com as condições ideais. caçadores de tendências adversas. é um caminho sem volta tudo o que fazemos. é sobre isso que escrevemos. misturando o que se aprende com o que se esquece. uma experência malfadada. leia o livro. beba. coma. fôda com a vida. engraxe a maior máquina copiadora de todos os tempos. afinal era isso ou a obscuridade. é odiavél admitir. será real? por enquanto acredita quem puder. é uma tarefa nobre morrer. é feita de luz. mas falta uma prova. quando a viagem termina. a vida se mistura ao ar. roda o mundo inteiro e pula fora. o que eles querem comigo? o que esperam de mim? que seja como vocês? que eu seja como eles? que eu entre no jogo? que eu escolha um lado? que eu tome partido?

enquanto você lê ele é muito criticado por isso. por não ter um motivo, por não ter nada que o valha. não estamos sugerindo explorar os incautos ou falar em nome deles. o difícil seria alcançar o efeito máximo. sem se prender a rótulos ou nomes. em busca do fortalecimento das conexões faça sua prórpia coisa. afinal você corre pra que? é um rato de laboratório? uma cobaia nervosa? nada disso importa. é coisa da nossa cabeça. quando perdê-la finalmente irá entender. quando o assunto está em suas mãos deve-se ultrapassar a linha que separa a coisa da outra mesma coisa inversa. livrem-se da educação.

quase sensacionalismo pedante. obviamente banal. era só isso... e agora?



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2 comentários:

  1. afinal de contas que precisa dos sentidos para entender o caos?

    Jú Mancin

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  2. .

    Paraísos artificias que entram, transbordam os orifícios e síndromes posteriores confusas entre os sentidos, aqueles cinco, mas que ironicamente levam tudo à um outro, sentido.

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