quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

um tasco da boa e velha subliteratura

eu havia me tornado um sentimentalista. velho, solitário e sentimentalista. logo eu que passei a vida alimentando sonhos que viraram pesadelos. perseguindo a brutalidade poética de um Rimbaud. a ternura áspera de um Baudelaire, fui dar num velhote pornográfico, sentimentalista & pornográfico.

ao menos na juventude podia me dar ao luxo de cometer extravagâncias sem limites. e viver um cômodo adiamento constante, pois já tinha traçado o plano imaginário de minha glória e sabia que um dia iria botá-lo em prática. só essa ideia já bastava, eu confiava em mim. mas o tempo foi passando e esse método de vida que havia adotado não poderia dar em outra coisa. é certo que fracassei. durante anos levando uma vida de merda. sem nenhum controle da situação. sem fazer nada por mim mesmo. sendo levado pela maré do tempo fui dar na praia do esquecimento. e tornei-me um velho punheteiro, sentimentalista e punheteiro.

há essa altura do campeonato eu não podia mais vacilar. era tudo ou nada. quer dizer, era o que me restava ou nada, pois já não me encontrava na condição de querer tudo e as opções minguavam rapidamente, pois agora a cada segundo se passava um ano. eu tinha 52 e estava desempregado, a mulher com quem fui casado durante 10 anos estava me processando, minha amante com quem eu gastara todo o meu fundo de garantia havia me trocado por seu professor de ginástica. eu estava com a saúde comprometida por causa do cigarro e da bebida. uma barriga enorme que não me deixava ver meu pinto. o alguel atrasado. a frustração da vida inteira. dívida no banco. a juventude que não volta. um maldito dente doendo pra cacete, todos os livros que nunca li. os filmes que não vi. as viagens que adiei. as mulheres que fodi. e as que me foderam. os amigos que nunca mais vi. a sombra dos meus pais, que deus os tenha. a própria sombra de deus me perturbando o tempo todo. as mesmas dúvidas da infância. todos os traumas. as oportunidades desperdiçadas. os gols perdidos. os estudos que não comecei. e os que não terminei. não aprender a tocar piano. a dor nas costas, a pressão baixa. os cabelos brancos. a pele enrrugada. os olhos lacrimejantes. o folego curto. o medo da morte. a vontade de morrer logo. a poesia. a política. a arte. a sacanagem. o desperdício. o vício. todo esse entulho que entupia minha cabeça e não me deixava fluir.

minha única alternativa era salvar alguma coisa nesse lixo que por muito tempo eu chamei de vida. o que me restava era escrever toda essa merda que eu havia acumulado durante todos esses anos. sim. eu já me envergonhava de dizer isso a mim mesmo, mas eu pensanva em ganhar a vida escrevendo. só assim, imaginava, poderia recuperar alguma dignidade em minha insignificante existência.

mas de fato eu já não podia usar o método da juventude. já estava mais do que provado que não funcionava. eu não havia escrito nada que preste. eu já sabia que não era um gênio e que era preguiçoso pra cacete. então eu deveria ser sincero ao menos comigo mesmo, se quisesse alcançar o sucesso em qualquer coisa que não fosse pegar nas prateleiras uma pilha de remédios .

oras, pensei comigo, eu tive uma subvida só posso escrever uma subliteratura. a mediocridade também deve ser mostrada como fato real. alguém deve revelá-la de um modo mais descente. não. aos 49 do segundo tempo não posso mais desejar ser outra coisa senão aquilo que sou. um velho sentimentalista e pornográfico. deve haver alguma arte nisso. e se não houver não importa desde que comprem minhas estórias por um preço razoável, tudo bem, eu fico satisfeito.

há uma em especial que não sai da minha surrada memória afetiva. portanto, penso ser justo compartilhá-la com todos. se alguém bater uma lendo isto não terá sido totalmente em vão sujar o mundo com mais tinta, papel & porra.

eu devia ter uns vinte e poucos anos e estava no auge da minha potencialidade física e mental. naquele tempo eu me sentia imortal e por isso estava pouco me fudendo pra qualquer coisa.
com o tempo e o vento a meu favor, me sentia confiante e pronto para enfiar o pau no primeiro buraco que aparecesse. e nessa época a vida era um queijo suiço.
nesse embalo, numa noite louca de bebedeira, tirei a sorte grande. encontrei num desses bares da vida uma apetitosa ninfeta que resolveu se engraçar comigo. eu logo pensei - é treta, tudo o que vem assim muito fácil é treta. mas ela conseguiu provocar o meu orgulho- naquele tempo eu ainda tinha isso- e deixar o meu pau duro como um ferro. não pensei muito. saimos daquela espelunca e fomos para o seu quarto, não muito longe dali.

subimos a escadaria e entramos no quarto. com a luz acesa, começamos a nos beijar doidamente. eu estava meio bêbado. ela também. tiramos a roupa enquanto engoliamos a língua um do outro. eu lambia sua boca, seu pescoço, seus peitinhos durinhos. sua pele branquinha e se eriçavam os singelos pêlos descoloridos da barriga. eu me masturbava pedindo pra ela me mostrar a bunda. ela me mostrava e arrebitava e com uma das mãos arreganhava o cuzinho e a buceta pra mim. de repente ela se abaixou e começou a chupar lindamente. me pedindo pra gozar em sua boca. goza pra mim- ela dizia, com uma vozinha manhosa. aquilo me deixava louco, eu não pensava em mais nada. a não ser em botá-la de quatro e meter em seu rabo. ela deixou, mas não de quatro, por que dói- ela disse. e eu disse está bem. virei ela de frente e olhando pros seus olhos abri suas pernas e as virei pra cima, segurei seus pés juntos com uma das mãos e com a outra segurei o pau para enfiá-lo naquele botão de rosa. levei o pau até perto da sua cara e ela cuspiu na cabeça. me afastei novamente e enfiei devagar em seu cu apertado. foi entrando e ela gemendo e fazendo cara de dor. dava gritinhos desafinados e parecia que ia chorar de prazer. me pau latejava naquele velho jogo do entra e sai. enquanto ela estimulava o clitoris com seus dedos finos(unhas vermelhas). ela lambia os dedos e enfiava nela mesma. eu achava aquilo um máximo. quase morria de tesão.
de repente ela me pediu pra sentar em cima. queria fuder a buceta. vem- ela disse- deixe eu ir por cima, assim... eu me virei, ela passou a perna por cima de mim e deu uma arrebitada na bundinha e com uma das mãos enfiou meu caralho bem gostoso. sentou devagar e foi aumentando o ritmo. pulava e sentava de frente. depois virava de costas e eu apertava sua bunda com força. apertava os mamilos até ela gritar. suávamos. ela se virou de frente novamente e se deitou. vem ela disse. e eu fui por cima dela e comecei a beijá-la na boca. com uma das mãos acariciava seu peito e com a outra colocava o pau em sua cona melada. ela se derretia toda. e pedia mais. passei uma das mãos por de trás das suas costas e fui apalpando o seu reguinho até descer na porta do cú. eu enfiava o pinto e ela fazia força com os quadris para esmagá-lo. eu sentia que ia estourar. ela me pedia- enfia o dedo no meu cú. enfia o dedo no meu cuzinho enquanto mete. e eu enfiava tudo. pinto na buceta e dedo no cu. e ela adorava , gemia e estremecia o corpo todo. eu a tinha ali, inteira nos braços, nas mãos, no dedo e no pinto. ela gritou eu vou gozar eu vou gozar enfia mais, enfia tudo. soquei o pau e o dedo até o fim. ela gritou e começou a sorrir sem parar. eu podia sentir com o pinto através de uma pele fina e interna entre a buceta e o cu, o meu dedo enfiado . essa sensação me fez perder o controle e soltar um jato de porra dentro dela. nesse instante sua buceta pegou fogo e ela deu um gritinho estridente. caímos um em cima um do outro ofegantes e deixamos dentro até adormecermos.

muitos anos se passaram e eu ainda não acordei.



6 comentários:

  1. .

    As guinadas no texto
    não ficam aquém daquelas descritas
    feitas em dois e aplicadas à muitas

    sinto saudades daquele amigo entre cervejas e poemas neste bairro periférico e enebriante.

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  2. obrigada.
    já estou te senguindo.
    poste mais.

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  3. eu li meio paragrafo. a palavra cuzinho foi escrita mais de cinco vezes. é uma pornô xanxada da pior espécie. Mas mesmo assim, eu te amo, porra.

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  4. eu bati uma pra vc.
    hahahahahahaha...

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