quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

suicídio do discurso

ao deixar-se levar pelas palavras transformou-se em um humilde subalterno das idéias sedutoras. o que não era uma pequena vantagem. mas sentia que devia acabar logo com aquela farsa, pois não se adaptava facilmente àqueles discursos fervorosos. sim. decidiu que seria mais saudável acabar logo com aquela farsa e desmascarar aquele espírito mesquinho, latente por de trás daqueles atos heróicos & magníficos.

decidiu que seria melhor observar as manifestações isoladas. e calou-se. o simples não-ato tornou-se uma complexa e sutil ação. nesse instante o silêncio ficou mais acentuado e com um franzir de sombrancelhas o murmúrio elevou-se. inclinou-se para ouvir. teve dificuldade em distinguir alguma exceção. naquele momento pesado e grosseiro deu uma olhada rápida. sabia que não era livre. inutilmente fez um gesto no vazio.

e o diálogo telepático sofreu interferências magnéticas

fará comigo o que lhe aprouver. nada o impede de ir embora, álem da cólera. seus discursos são mesmo inúteis diante dos fatos. e não apresenta concordância com suas ações. palavras insolentes, estas.

recuaram ligeiramente.

nem todo mundo pensa como o senhor. estou esperando...parou de repente. e até sorriu. o senhor não acredita em mim?

em poucas palavras mantinha sempre um ligeiro atraso.

não se preocupe com esse mal-estar.

apresentava uma expressão severa.

o rosto dela bem de perto. já havia visto o bastante e já havia perdido muito tempo.

não vou esperar mais. mas seu silêncio devia ser algo estranho. repugnante. inquieto

este não é o melhor dos lugares, mesmo no caso mais favorável. aliás pelo fato de que podia se fiar tão pouco em suas próprias observações.

porém o senhor certamente refletiu em tudo. não é bom deixar segredos nas mãos de pessoas desse gênero. veja o senhor mesmo o que deve fazer para confirmar a si suas próprias idéias. é pelo menos o que devo dizer. ainda que não faça nenhum sentido. não posso evitar as generalidades.

um silêncio cortante


as palavras mais tocantes não poderiam sustentar o peso do seu corpo. a partir de agora qualquer motivo valerá a pena. podes me conceder um pouco de tempo?

não se iluda. essa possibilidade deve existir a despeito da escolha.

mas nenhuma resposta veio.

está aborrecido comigo? por te fazer me seguir inutilmente até aqui?

deixo-me influenciar com muita facilidade. quando não o faço esqueço minha função.

agora posso ir?

talvez um dia se arrependa de ter gritado tanto, por nada.

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